segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Um cientista na EBI Marinhas do Sal

Uma das medidas mais importantes na conservação da biodiversidade foi conseguida a 2 de Fevereiro de 1971, com a assinatura da Convenção de Ramsar, no Irão, com o objectivo de defender as zonas húmidas do mundo inteiro e que conta actualmente com 136 países aderentes. A data de 2 de Fevereiro tornou-se, desde então, o Dia Mundial das Zonas Húmidas.



A EBI Marinhas do Sal comemorou este dia no passado dia 2 de Fevereiro, realizando uma exposição de trabalhos dos alunos alusivos ao tema “Zonas Húmidas de Portugal”, e convidando para uma palestra o Prof. Dr. Paulo Maranhão, Professor, Vice-Director e investigador da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar em Peniche, afecta ao Instituto Politécnico de Leiria.

Esta palestra foi dirigida às três turmas do oitavo ano da nossa escola, tendo o Prof. Paulo Maranhão se debruçado sobre a actividade científica realizada pela sua equipa de trabalho ao nível da Reserva Natural da Berlenga e sobre a importância da conservação das zonas húmidas.
Os alunos corresponderam de forma positiva, com interesse e curiosidade relativamente ao conteúdo apresentado, sendo de assinalar o esforço e competência do Prof. Paulo Maranhão em apresentar conteúdos complexos de forma suficientemente simples e acessível a esta faixa etária, pelo que deixamos aqui o nosso reconhecido agradecimento e votos de que futuramente seja possível repetir esta iniciativa.

Da Convenção de Ramsar resultou também a criação de uma lista de zonas húmidas de importância internacional, que em Portugal correspondem a mais de 66 mil hectares, nomeadamente: Estuário do Tejo, Ria Formosa (Algarve), Paul de Arzila, Madriz e Taipal (Coimbra), Paul do Boquilogo (Santarém), Lagoa de Albufeira, Estuário do Sado, Ria de Alvor, Lagoa de Santo André, Lagoa da Sancha (Litoral Alentejano), Sapais de Castro Marim (Algarve) e Paul da Tornada (Leiria).

As zonas húmidas servem de abrigo para aves migratórias, de berço para inúmeras espécies de animais marinhos, incluindo a maior parte dos que se pescam, e a sua destruição dá origem a problemas de inundações, diminuição de recursos piscícolas e perdas significativas de biodiversidade.

Em Portugal, estas zonas encontram-se também em risco, pois o nosso país não cumpriu as obrigações, assumidas aquando da assinatura da Convenção, em 1980, relacionadas com a preservação destes ecossistemas. De acordo com a Quercus, 10 das 12 zonas húmidas integradas na Convenção não possuem plano de ordenamento. As excepções são, a Ria Formosa e o Paul de Arzila.

Prof. João Correia
Departamento de Matemática e Ciências Experimentais

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